O escolhido de hoje da rubrica 'Jovens Promessas' é Henrique Martins, jogador do Vila Real, que recentemente se sagrou campeão da Divisão de Honra da AF Vila Real e consequentemente subida à III divisão nacional. Henrique é um extremo veloz e muito tecnicista, formado nas escolas do Amarante e que tem sido aposta regular no 'bila', apesar da forte concorrência que tem na equipa. Aos 20 anos, o jogador revela que gostaria de um dia representar a cidade que o viu crescer para o futebol , o Amarante. O blog 'Fintar a Bola' falou com Henrique sobre a sua carreira....
Percurso:
99/00 a 06/07 - Amarante
07/08 a 08/09 - Vizela
09/10 e 10/11 – Vila Real
Fintar a Bola (FB): O clube da terra, Amarante, foi o começo para o futebol. Lembras-te do primeiro dia? Conta-nos um pouco….
Henrique Martins (HM): Recordo-me vagamente, tinha os meus 10 anos e fui apresentado a’ equipa em pleno campo de treinos, era escolinha 2º ano. Foi um ano muito bom, a todos os níveis, tanto que fomos campeões distritais com alguma distinção em relação as outras equipas do campeonato.
Começava assim uma paixão : o Futebol.
FB: Os escalões de formação do Amarante, erão e continuam a ser, seguidos de perto por olheiros do Porto e Boavista, onde de resto se encontram vários ex- companheiros teus. Alguma vez te convidaram para ires à experiência?
HM: Sim, sem duvida que o Amarante foi e será sempre um clube alvo para os grandes de Portugal pois tem jogadores com qualidades suficientes para integrar planteis de formação de clubes como o Porto e Boavista.
Sempre tive o sonho de puder evoluir mais num clube como o Porto, como qualquer outro miúdo nessa idade tem, mas nunca surgiu essa oportunidade e isso nunca me tirou a alegria de vestir a camisola do Amarante e não sou mais nem menos jogador por isso, sinto-me orgulhoso pelo percurso que tive ate então.
FB: No escalão de juniores, surgiu a oportunidade de ir para o Vizela. Como aconteceu essa mudança e porque?
HM: Era Juvenil 2º ano e acabei a época a jogar regularmente pelos juniores do Amarante e as pessoas que me acompanharam durante algum tempo aconselharam-me a tentar procurar uma equipa que me pudesse dar, nos meus 2 últimos anos de formação , a oportunidade de jogar ao mais alto nível que é o nacional de juniores. E assim foi, optei por ir treinar ao Vizela pelas condições que me podia oferecer, tinha um campo sintético, até então tinha feito todo o meu percurso em campo pelado, estava no nacional de Juniores e os seniores militavão naquela altura na Liga Vitalis o que era também mais uma motivação extra.
Numa primeira impressão nunca pensei puder vir a fazer parte do plantel, o Vizela é um clube onde costumam integrar jogadores dispensados do Guimarães, Braga principalmente e como era o meu 1º ano de juniores na minha cabeça tornou-se difícil. Mas fui superando todos os treinos e acabei por ser um dos escolhidos para integrar o plantel e foi ai que vi que estava ao nível de jogadores com a escola do Guimarães e Braga.
Foi uma experiência que me enriqueceu muito como jogador e como pessoa.
FB: O nacional de juniores é extremamente competitivo. Sentiste a diferença de “andamento” do Amarante para o Vizela? Qual foi a maior dificuldade?
HM: Não existe qualquer comparação possível de um campeonato para outro mas eu apesar de nunca ter competido a este nível estava mentalizado para a qualidade que iria encontrar, a dificuldade não foi quase nenhuma, era um futebol muito mais “educado”, era um futebol mais jogado , mais pensado e não tão físico como o distrital.
Aconselho a todos os jogadores que queiram evoluir mais, não há melhor que puder disputar um campeonato nacional de que escalão for.
FB: Depois de 2 anos em Vizela, chegou a hora de conciliar os estudos e o futebol e por isso, estando a estudar na UTAD, decidiste jogar no Vila Real. Foi quase que uma escolha obrigatória para conciliar com os estudos?
HM: Não foi bem assim, eu quando concorri para a UTAD já era jogador do SC Vila Real. Mas como se costuma dizer juntei o útil ao agradável. Esta a ser muito gratificante para mim puder estudar e continuar a jogar futebol num grande clube como é o SC Vila Real.
FB: No primeiro ano como sénior, quase que conseguia uma subida de divisão aos nacionais.
Foi revoltante ficar à porta do título? Sentes que o ‘bila’ tinha equipa para lá estar?
HM: Foi uma grande desilusão para todo o grupo de trabalho a nível desportivo não puder festejar a subida aos nacionais, trabalhamos arduamente durante o ano inteiro com um único objectivo na cabeça e acabamos por “morrer na praia”. Falando da qualidade deste grupo, é muito acima da media, não é por fazer parte deste plantel, mas todo o grupo tem demasiada qualidade para estar a disputar a Divisão de Honra.
FB: Jogar ao lado de jogadores com Schuster ou Miguel Ângelo é um privilégio ou uma responsabilidade? São como uns bons ‘mestres’?
HM: É muito gratificante jogar ao lado do Schuster e Miguel Ângelo, mas todos os jogadores mais “velhos” da equipa tem uma historia no mundo futebol e aprendi e continuo a aprender com cada elemento do grupo. Acho que não podia ter encontrado melhor balneário como o do SC Vila real para começar o futebol sénior.
Representar os seniores do Amarante faz parte dos desejos futuros? Porquê?
Mentiria se disse-se que não, cresci a treinar, a jogar e a acompanhar o Amarante desde pequeno mas também digo que não vivo obcecado com isso, de longe.
Tenho um gosto especial pelo clube onde comecei e isso é muito normal.
FB: Um golo. Na tua opinião, qual o teu melhor golo enquanto jogador? Porquê?
HM: O golo que mais gozo me deu fazer foi o ano passado, jogo para a Taça da AFVR frente ao Santa Marta, entrei no decorrer da segunda parte e fomos para o prolongamento empatados 1-1 e conseguimos o golo do empate já nos descontos. O golo aconteceu num lance individual pela direita e da esquina da área e com o meu pior pé fiz um golo que ainda hoje não sei como lhe dei tão bem com o pé esquerdo.
FB: Este ano consumou o teu primeiro titulo em seniores e consequente subida aos nacionais. Qual foi sensação?
HM: Em primeiro de tudo é impossível descrever a envolvencia em torno deste jogo, desde adesão dos adeptos ao ambiente que se criou no estádio. Nunca tinha participado numa festa assim como esta, e só quem viveu momentos como este é que pode afirmar o quanto é bom!
Era um jogo muito importante para nós e não queríamos desiludir a massa associativa e o objectivo ficou bem claro desde inicio.
Mostramos o porque de sermos a equipa mas forte e mais equilibrada do campeonato e sem problemas acabamos por fazer a festa , que estava já à algum tempo prometida.
FB: Para o ano III divisão e uma montra desportiva com maior dimensão. Quais os objectivos?
HM: Ainda nos faltam 5 jogos para o final do campeonato e ainda temos objectivos a atingir, no final da época certamente nos darão a conhecer qual o projecto para a próxima época.
FB: Consegue eleger um onze formado por companheiros de equipa? (actuais e passados)
GR - Cabreca (Vila Real)
DD - Bessa (Vila Real)
DC - Fredy e Mika ( Vila Real)
DE - Peixoto (Vila Real)
MC - Norberto, André Lisboa e Schuster (Vila Real)
Extremo - André Azevedo (Vila Real)
Extremo - Henrique (eu)
PL- Moura (Vila Real)
Perguntas rápidas:
Clube: FC Porto
Ídolo: Ricardo Quaresma
Superstição: Entrar com o pé direito no campo
Treinador por quem gostaria de ser orientado: André Vilas-Boas
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